O Brasil decidiu aderir oficialmente ao processo movido pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), que acusa Israel de genocídio na Faixa de Gaza. O anúncio foi feito pelo chanceler Mauro Vieira à emissora Al Jazeera, durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro.
Com isso, o Brasil se tornará a terceira parte na ação, podendo apresentar argumentos próprios sem alterar os termos da acusação original. Segundo diplomatas, a decisão se baseia na avaliação de que Israel ignora esforços diplomáticos e ataca civis também na Cisjordânia, fora da área de atuação do Hamas.
A medida pode acirrar as tensões com o presidente dos EUA, Donald Trump, que já critica o posicionamento brasileiro no conflito do Oriente Médio. O assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, defendeu inclusive o rebaixamento das relações diplomáticas com Tel Aviv e a suspensão do acordo de livre comércio com Israel.
A ação sul-africana está em tramitação desde 2022 e tem apoio de países como México, Turquia e Irlanda. A adesão do Brasil reforça o posicionamento do país em favor de um multilateralismo ativo e o distanciamento de alianças automáticas com potências ocidentais.




