O Itaú manteve sua projeção de câmbio em R$ 5,65 para 2025 e 2026, mesmo diante do enfraquecimento global do dólar. O motivo: o tarifaço de 50% anunciado por Donald Trump sobre exportações brasileiras, que deteriorou o sentimento com o Brasil na última semana.
Segundo o economista-chefe Mario Mesquita, o real vinha se beneficiando do dólar mais fraco e da queda nas tensões geopolíticas, o que valorizou moedas emergentes e levou o dólar a cair 12% frente ao real no 1º semestre. O diferencial de juros também ajudava a sustentar a moeda brasileira.
Mas o anúncio das novas tarifas mudou o cenário. A medida pode reduzir em até US$ 16 bilhões as exportações para os EUA, embora parte desse impacto possa ser compensada por redirecionamento a outros mercados. Ainda assim, a menor entrada de dólares pressiona o câmbio.
Mesmo com fundamentos que favorecem o real, como o déficit em conta corrente dos EUA (6% do PIB) e a queda do dólar globalmente, o Itaú destaca que o prêmio de risco do Brasil — impulsionado por incertezas fiscais como o IOF e o IRPF — limita ganhos da moeda.
Para o PIB, o banco manteve previsão de alta de 2,2% em 2025 e 1,5% em 2026. Já o IPCA foi ligeiramente revisado para baixo, a 5,2% em 2025, refletindo queda no preço de alimentos e redução do IPI sobre automóveis. A Selic, por sua vez, deve começar a cair só em 2026, encerrando o ano em 12,75% ao ano, conforme projeções do Itaú.



