O anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor uma tarifa-base de 50% sobre todas as importações do Brasil a partir de 1º de agosto gerou alerta no mercado. Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, com US$ 40,3 bi em 2024 (12% das exportações e 15% das importações).
A medida afeta diretamente setores exportadores como bens de capital, papel e celulose, e alimentos. Embraer (EMBR3), Suzano (SUZB3) e Tupy (TUPY3) estão entre as mais expostas, com até 24% da receita vinda dos EUA. Outros nomes com exposição relevante incluem Jalles Machado (JALL3), Weg (WEGE3) e Minerva (BEEF3).
Entre as ações mais resilientes ao tarifaço estão SLC Agrícola (SLCE3), BrasilAgro (AGRO3), Gerdau (GGBR4), Aura Minerals (AURA33), Unipar (UNIP6) e Rumo (RAIL3). Essas empresas têm menor dependência do mercado norte-americano ou estão expostas a commodities com maior flexibilidade de destino. O portfólio dessas ações acumula alta de 17,3% no ano, frente a 9,6% do Ibovespa.
Setores como financeiro, educação, saúde e telecomunicações devem sofrer pouco ou nenhum impacto direto, pois são voltados ao mercado interno. Já indústrias como a de plásticos podem se beneficiar, como é o caso da Braskem (BRKM5), diante da possibilidade de substituição de insumos americanos por produção local.
Na visão macroeconômica, estima-se que cada 10 pontos percentuais na tarifa reduzam entre 0,2% e 0,3% do PIB. Caso a tarifa de 50% se concretize integralmente, o impacto poderá variar de 0,8% a 1,2% do PIB.
O investidor deve acompanhar os desdobramentos, como reações diplomáticas, impactos no câmbio, IDEs e possíveis revisões de estratégias corporativas.



