Após quatro meses de crescimento, a atividade econômica brasileira encolheu 0,7% em maio, marcando a primeira retração de 2025. O dado, divulgado pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (14), veio abaixo da expectativa de estabilidade e revela os efeitos de uma conjuntura mais apertada, com destaque para o mau desempenho do setor agropecuário.
O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), considerado uma prévia do PIB, foi fortemente impactado pela queda de 4,2% da agropecuária, que costuma ter desempenho robusto no início do ano. Indústria recuou 0,5% e serviços ficaram estáveis. Sem a agropecuária, o índice teria caído 0,3%.
Analistas apontam que o cenário de juros altos – com a taxa Selic atualmente em 15,00% ao ano – começa a pesar mais sobre a economia. A possível imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros pelos EUA, a partir de agosto, também adiciona risco ao crescimento.
Apesar da retração mensal, o IBC-Br subiu 3,2% na comparação anual e acumula alta de 4,0% em 12 meses. O Ministério da Fazenda revisou para cima a projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,3% para 2,5%, mas analistas alertam para viés de baixa, caso as tarifas americanas se concretizem.
Para o investidor, o dado reforça a expectativa de desaceleração gradual, mas sem colapso, sustentada por estímulos fiscais e um mercado de trabalho ainda aquecido.




